sábado, 18 de agosto de 2012

A Barriga

Magrinha, de olhos escuros de mel, afaga a barriga que começa a notar-se. As velhas calças de ganga, justinhas a destacar a sillueta, já não passam na cintura e, pela primeira vez nos seus 27 anos, os vestidos surgem cómodos. Espera um filho.
O primeiro filho, desejado, esperado com ansiedade, surge com a concretização de um amor que deseja eterno. Os amigos dão parabéns, desejam uma hora pequenina, falam-lhe da beleza das crianças. Dizem-lhe que está linda, pousam a mão na barriga, brincam com os enjoos constantes, oferecem-lhe sempre o lugar mais confortável. Na rua, há lugares para estacionar, empinando a barriguinha, e no supermercado passa à frente nas filas. Em casa, a ansiedade do marido faz-se de mimo e ternura, os projectos são muitos, os sonhos de ser feliz não têm fim. Ela, Mulher, sente-se diferente e, feliz embora, não consegue explicar o nó que lhe aperta a garganta, a insónia que lhe enche as noites. Será assim, sempre, ser Mãe?

2 comentários:

  1. Ser mãe claro que é assim...
    E é também observar com ternura todos os pormenores, sustos, ansiedades de outra futura mãe, a filha por quem tantas angústias se teve, a quem se desejou tanto!
    Uma boa hora para essa menina-mãe!
    Beijinhos para ti, minha Amiga!

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  2. Tive,ao longo dos meus 27 anos, o melhor dos exemplos de como é uma boa Mãe. Uma Mãe amiga,disponivel,que nos educa e nos compreende. Ter-te a TI como Mãe deixa-me a ansiedade de ser pelo menos tão boa mãe como tu sempre tens sido.
    Se falhar em alguma coisa, tenho certeza de que o meu bebé encontrará sempre na avó Luisa a maior das amigas.
    Adoro-te!

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