quinta-feira, 20 de junho de 2013

A LINHA

Uma linha ténue marca o limite. Para lá do fundo, o nada, o horizonte, o desconhecido. Mas não é tudo desconhecido? Não é tudo mistério? Onde fica a linha que marca certezas e segurança? De repente, nada parece seguro, tudo é efémero, tudo é relativo. E vem a imensidão do oceano de sonhos feitos em ondas de desilusão, em certezas de espuma frágil. É a vida, a existência, a obrigatoriedade de acordar a cada dia e lutar, sobreviver, nadar como náufragos eternos. A linha continua lá, sempre fixa, sempre limite e tentação de passagem. Quem passa? Talvez os mais corajosos, ou quem sabe os mais inconscientes, os mais capazes de ignorarem o coração. Talvez os poetas tenham razão e as emoções sejam a ferida que sangra sempre.Talvez Alberto Caeiro esteja certo e o mistério das coisas serem não terem mistério nenhum. Olho a linha, revisito poetas, varro para debaixo do tapete da minha existência os destroços das minhas emoções. Quero ser capaz de manter a linha lá, ao longe, sabendo que há um limite, mas não há um fim.

3 comentários:

  1. Força amiga! Se a vida fosse fácil, nasceriamos com livro de instruções (não é assim que dizes?)

    Lena

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  2. É nessa linha que aparece o ponto verde?

    Ana

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