sábado, 22 de junho de 2013

Convulsão

Tem sido com horror e medo que tenho acompanhado os protestos no Brasil. É um país enorme, cheio de potencialidades mas, também, feito de injustiças e maldades. Num país onde há crianças a viver no lixo, famílias inteiras em morros de miséria, bandidos à solta em cada esquina, quase me parece uma provocação de Deus o cenário maravilhoso de cidades como o Rio de Janeiro... Compreendo a revolta dos brasileiros. Não sentimos nós também, com dor e raiva, a injustiça e a estupidez violenta que representou a construção de dez estádios novos para o Euro 2004?! Que é feito desses estádios agora? A maioria fechou, está decadente, de nada serve... Os brasileiros têm razão em protestar, em defender que as prioridades de investimento deviam ser outras. Parece-me, a mim que vejo tudo do outro lado do mar, que verificaram que Lula não foi o fazedor de igualdades, que Dilma não é a diferença com sentido. No entanto, e apesar da razão que lhes reconheço, apavora-me a violência dos protestos,  este tocar a rebate a que alguns continuam surdos, assusta-me que aquele país caia numa guerra civil. A violência nunca me agradou, acredito que o Homem tem o poder da palavra, mas, neste momento, creio que o mundo vive uma convulsão profunda a partir da qual nada mais ficará igual. Síria, Irão, Turquia, Brasil, Grécia, Coreias, Palestina, Israel, Angola, Moçambique são, apenas, alguns dos lugares onde, hoje, a violência é quotidiana. O mundo aprece estar a contorcer-se de revolta e mágoa, procurando um outro caminho. Não é mais possível, penso, imaginar o amanhã igual ao hoje. E não sei para onde vamos... Pessoalmente, acredito que a mudança está em cada m de nós, que só mudará o todo se mudar cada um, que o caminho se deve fazer através da compreensão e respeito, da justiça e da diferença. Mas sei que estes Valores estão esquecidos, que predomina um umbiguismo doentio, que cada um só pensa em si mesmo e na sua verdade. Tenho medo pelos meus netos, pelos meus jovens. Por mim também.

6 comentários:

  1. E o que fazemos nós, ou o que podemos fazer, para mudar o Mundo? As suas palavras fazem-me sentir angustiado.

    António

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  2. Também me assusta a violência crescente. Devia ser mais fácil amar do que odiar.

    Teresa

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    1. Teresa,
      Como eu concordo consigo!! Amar devia ser fácil...

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  3. Não acha incrível que, com tantos problemas graves no mundo, ainda haja homens e mulheres que desperdiçam a felicidade e envenenam o tempo com coisas insignificantes??

    Margarida

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