sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mulheres

A Carlota e a Constança são pequeninas mulheres. A Carlota, de olhos amendoados e sorriso constante, é imparável, corajosa, capaz de seduzir o mais carrancudo dos seres com o seu olhar irresistível; a Constança, de olhos claros, calma e paciente, parece ter já compreendido que é preciso arte e sabedoria para viver neste mundo louco. 
As duas são de idades próximas, têm sangue comum mas quis a vida que vivessem a milhares de quilómetros uma da outra. Nas duas me revejo um pouco, quando as olho na alma procurando (e felizmente encontrando sempre) a comunhão de identidades.
Penso nestas mulheres miniaturas e no mundo que as espera. A vida, ou as pessoas - o que é quase a mesma coisa - tem mudado muito depressa, às vezes creio que depressa demais..., e as mulheres do futuro muito próximo não serão como as mulheres de hoje. Será que a Carlota e  a Constança vão amar em entrega total? Serão as duas mulheres de sucesso profissional a sobrepôr-se aos afectos tantas vezes dolorosos? Serão capazes de, entre as duas, criarem laços indissolúveis que lhes permitam nunca conhecer a verdadeira solidão? Na noite escaldante, quando penso que o inferno desceu (ou subiu?) à Terra, penso na condição destas mulheres que, um dia, (ah.. que vaidade a minha) me lerão para conhecerem mulheres de ontem.

3 comentários:

  1. Vão lê-la mas, sobretudo, amá-la com o mesmo amor reciprocamente infinito...

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  2. Não só as mulheres que têm a vida difícil! Os homens também sofrem, embora eu perceba que as mulheres têm uma sensibilidade mais aguçada.

    Fernando

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  3. Vão com certeza aa suas netas ser grandes Mulheres porque a têm por perto!
    Mª da Graça

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