sábado, 29 de junho de 2013

Neologismos e idiotices

Não há muito tempo, Mia Couto foi justamente premiado e eu recuperei a sua ternura criadora de neologismos fantásticos. Veio o poetar, a belezura, o encompridar, etc. Gosto de Mia Couto, gosto de me perder nas suas páginas, experimentando uma língua que, sendo a minha, se recria para me surpreender. Ora, estes neologismos nada têm a ver com a mania, dantes politica mas agora dolorosamente generalizada, que alguns tecnocratas (e burRocratas) têm de inventar palavras. Esses assassinos da língua, na minha opinião, tentam inventar palavras para dar dignidade ao que o não tem, ou para fazer parecer difícil uma coisa simples. Os políticos, por exemplo, usam até a surpreendente expressão do à anteriori (!!!) entre outras que me fazem rir (para não chorar).

Mas, infelizmente, não são só os políticos que maltratam a nossa língua... Os professores (que mágoa) também gostam de inventar para complicar e, assim, esbarramos com distratores e desfazedores que me causam raiva! Será que as pessoas acham que, por usarem palavras compridas e sem sentido, vêem reconhecida superioridade intelectual?
É que eu acho que o que acontece é exactamente o contrário!!

3 comentários:

  1. Concordo que há muitas pessoas que acham que falar "difícil" é ser-se culto. É a vida das aparências, como a Luísa tantas vezes diz!
    Mª da Graça

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  2. Achei brilhante a escolha da imagem: Há gente com vistas mesmo estreitas!

    Fernando

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  3. Neodiotices... cultignorância... ou parvoíchapada?

    É a moda exibicionista de uma acultura que faz moda neste país decadente...

    Razão tinha o Eça!

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