quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

E se eu gostasse muito de morrer

"E se eu gostasse muito de morrer" é um livro de um conterrâneo meu, o Rui Cardoso Martins. À luz, ou à sombra?, das chaminés mortas da Robinsosn inexistente, o Rui deixa soltar-se a morte na cidade que é nossa, Portalegre, e lembra as histórias que nos fazem ser quem somos, nessa memória colectiva que, para mim, é a matriz cultural de uma comunidade. Li o livro há uns anos, mal foi publicado, mas agora ando com o título a ecoar na minha cabeça. 

Hoje, quando a minha neta mais pequena sopra as velas pela primeira vez, sinto um desejo absurdo da paz da morte. Uma vontade estranha, dorida e inexplicável, de morrer devagarinho, dizendo adeus de mansinho, sem sinos a dobrar na cidade branca. 

2 comentários:

  1. Bolas! Que cena triste!
    Ana

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  2. Mae, como podes tu escrever uma coisa destas, tao triste no primeiro aniversario da minha filha, TUA neta, Constança???? Nao ha direito!! Confesso que esperava um texto cheio de ternura, amor, alegria...
    Vou guarda-lo e daqui ha uns anos ela nao vai gostar de ler o quea avó escreveu.

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