quarta-feira, 14 de março de 2012

Subidas

Mais um dia. Olha a rua, ouve as notícias, sorri à voz do Zé Coimbra que, na RFM, lembra o poema sobe a calçada, Luísa, sobe a calçada. Há tantas subidas, sempre. Subidas íngremes, desejo de chegar, de alcançar horizontes largos, de ir para além do chão duro, da terra plana e chata. Literalmente chata!
Espera-a um dia longo. Um dia de muitos mais do que 24 horas porque, ao contrário de Reis, não quer ficar na margem do rio, não quer resistir e não prefere rosas à pátria. Será um dia de possíveis, de cumprimentos obrigatórios, de desafios e de buscas de brechas num quotidiano muito cerrado, muito pouco receptivo a concretizações de sucesso. Mas, ainda assim, urge reagir e avançar a cada novo sol com a esperança trémula sempre renovada.
Olha a montanha de papéis que a provocam na secretária e prepara-se para mais uma subida. Uma subida dura que, quer crer, lhe permitirá por fim olhar a infinidade do horizonte e aquecer a alma, um pouco ao menos, na linha vermelha de um Verão também ele desajustado.

2 comentários:

  1. A descer todos os anjos ajudam mas isso não leva a nada... no fim o no fundo da descida os horizontes ficam limitados aos muros e às encostas de onde se desceu.

    Todo o trabalho, toda a vida, todo o viver tem de ser feito de baixo para cima... tentar atingir o topo, não por glória, mas para se poder olhar a "infinidade do horizonte e aquecer a alma" e a existência de forma mais sublime.

    Aliás, a única actividade em que se começa de cima é a abrir buracos!

    Cumprimentos.

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  2. 'Bora lá, a subir que a gente ajuda!!
    Boa sorte seja lá o que for...

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