segunda-feira, 29 de outubro de 2018

BOLSONARO

Compreendo que Bolsonaro tenha vencido as eleições no Brasil. Um povo cansado da injustiça, da corrupção, da miséria, das arbitrariedades, escolhe o que acredita ser uma possibilidade de mudança. É legítimo preferir a força ao caos. É compreensível que se escolha o medo, face à violência nas ruas.
Oiço o mundo a indignar-se e compreendo, também, a revolta dos ditos países desenvolvidos. São, muitas vezes, esses países ditos desenvolvidos que recusam os refugiados, que defendem a pena de morte.... 
Todos os regimes de força e medo, de perseguição e fome, deviam ser extintos. A Venezuela devia ter direito à dignidade humana, o Brasil devia ser uma democracia plena, em Portugal a justiça devia funcionar, os terroristas deviam estar detidos, as mulheres não deviam ser discriminadas, as crianças não deviam ser vendidas e escravizadas, as minorias deviam ser respeitadas. Mas o mundo faz-se de barbaridades, que ignoramos à velocidade de um delete, e, por isso, parece-me um pouco exagerada esta reacção contra Bolsonaro. Se tivesse vencido o PT de Lula, fosse com que nome  de cabeça de lista fosse, seria a salvação do enorme Brasil? Não acredito... 
O Brasil, digo eu que não percebo nada de política, mereceria um olhar sério, colaborativo, dos países desenvolvidos. Mas onde estão esses países? É a Alemanha? É a Inglaterra? É a França? São os Estados Unidos? Não me parece... Cada um destes países vive absorto nos seus graves problemas. E eu, que sou professora, não acredito em soluções oferecidas, ou impostas, a a outros. 
O Brasil, como tantos outros países, precisa da pedagogia da democracia. Precisa de aprender a respeitar diferenças, precisa de desenvolver a consciência da individualidade. Como Churchill dizia "Eu gosto de aprender, mas não gosto que me ensinem"! assim acontece com a democracia: - Aprende-se, mas não se ensina!
Que o Mundo deixe o Brasil fazer o seu caminho. Deixemos a democracia funcionar porque, afinal, as eleições no Brasil foram livres...

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