quarta-feira, 7 de março de 2012

Ironias

Reinam no país a tristeza, e a depressão, colectivas e generalizadas. O português vai-se andando, que tanto me desesperava, foi substituído pelo tudo péssimo, que muito me aflige. Os olhares escureceram, os receios de cada nova hora são constantes, as notícias assustam-nos cada vez mais. Parece que não há luz ao fundo do túnel, que não há alternativas, que nada de bom se avizinha. Nos locais de trabalho partilham-se as angústias e dissecam-se horrores.
De repente, sinto que é urgente, a bem da saúde mental (pelo menos da minha) recuperar a esperança, reinventar a gargalhada. Lembro-me de uma leitura de menina, Sexta Feira e a Vida Selvagem, e sinto-me um pouco como o Robinson que, ao perceber que já não sabia sorrir, decidiu mudar a sua atitude. Estava eu presa nas minhas divagações, no meu tecido de memórias e futuro, quando ouvi a notícia do assalto às Finanças de Gondomar. No insólito, gargalhei com gosto! "Ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão!"

2 comentários:

  1. Pois eu também fiquei contente!
    Hão-de haver mais assaltos destes, de certeza absoluta!
    Não é que me descanse esse tipo de vandalismo, mas,devido ao nosso descontentamento, devido às balelas sem sentido, que vai deitando cá para fora Cavaco, e devido às quizílias da Economia e das Finanças,isto tinha que rebentar por qualquer lado...

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  2. O pior não é só o ladrão que rouba ladrão, o pior é o ladrão que rouba sem discrição, com violência, que agride e tortura, e não tem pejo em matar.

    Esperemos que seja passageiro, como a crise - dizem! - e que os roubos e assaltos voltem aos furtos.

    Vamos ter esperança e tentar sorrir com a brancura de uns dentes sãos e não com um sorriso amarelo.

    Cumprimentos.

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