sábado, 5 de janeiro de 2013

Todos os Sonhos do Mundo

Fechou o portão, fechou a porta e o postigo, acendeu a lareira e ficou ali. Se vivia, se estava desfeita, se arrumava sonhos, se juntava destroços, se desfiava desilusões, se refazia projectos, nem ela sabia. Sentia um vazio imenso, uma cratera de um vulcão extinto, e a vontade de reagir era pouca.
Tinha um ar cansado, diziam-lhe. E ela sentia-se exausta, sem forças mais para acusações ou culpas, sem energia para colocar a máscara e continuar existinto. Ali, no seu canto, sentia ter perdido o mapa dos sonhos, tendo chegado a um ponto que, mais que final, era parágrafo. Um dia, quando?, acreditara. Tinha, então, nela, todos os sonhos do mundo - como o Poeta. Agora, restava frio e destroços.

2 comentários:

  1. Há sempre a esperança, ou a certeza do cumprir das promessas - como dizia o poeta.

    ResponderEliminar
  2. Tanta desilusão no início do ano?! Vá lá setôra, força.

    João

    ResponderEliminar