quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A MINHA FÉ

Sou, conscientemente, uma católica de trazer por casa. 
Venero o meu Cristo-Homem, a imagem que me ofereceu o Dr. Rodrigues, o senhor padre que me casou, gosto da missa de domingo na minha Sé e tenho imensas angústias. Acredito que há um Deus Pai que olha por mim, que me permite errar, me convida a fazer melhor, ouve as minhas fúrias e brinca  com as minhas alegrias. Creio em Nossa Senhora, mãe, admirando o sofrimento de quem viu morrer O Filho.
Mas, às vezes, esbarro com práticas da minha Igreja que me magoam, que não compreendo e me causam surpresa indignada. Claro que reconheço que a Igreja tem de ter regras, tem de observar normas e não pode acompanhar, sem critério, as barbaridades que alguns designam desenvolvimento social. Mas também acho que é verdade que a Igreja tem de acompanhar a realidade. E é por isso que não compreendo a razão de se exigir tanta burocracia, tanto papel, na realização de um baptismo. Afinal, Jesus Cristo foi baptizado no rio Jordão e não consta que os pais tivessem tido de mostrar a certidão de casamento, ou que os padrinhos tivessem de provar ter o crisma... Dizem-me que, se não houver rigor - papéis -, há pessoas que pedem o baptismo só pela festa. Eu sei que é verdade. E isso é grave? Que culpa tem a criança? Como se pode negar o baptismo, seja lá porque razão for? Afinal, Jesus Cristo disse "Deixai vir a mim as criancinhas!", não disse "deixar vir a mim as criancinhas cujos pais são casados e com padrinhos crismados". Ou disse?
O meu Jesus, o Deus a quem eu rezo e peço tantas vezes perdão, acolhe todos, não pede documentos a ninguém. O  meu Deus tem sempre os braços abertos num abraço muito quentinho e protector. O meu Deus acolhe quem erra, quem faz festa, quem O procura, sem pedir documentação...

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