quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Colaborar

2019 vai ser o ano nacional da colaboração. Assim, tout court, faz sentido. Até eu, que estou longe de gostar de muita gente junta, compreendo que colaborar, trabalhar em equipa, é uma forma de, quase sempre, melhorar resultados e enriquecer processos. Pessoalmente, tenho tido a sorte, quase privilégio, de integrar equipas muito boas. Na minha escola, por um ano, integrei uma equipa una, verdadeira e coesa, que me provou, uma vez mais, que é possível respeitar a individualidade de cada um e construir algo comum. Nunca vou esquecer o ano lectivo de 2017/18! 
Também já há nove anos que integro, num CFAE (Centro de Formação de Associação de Escolas), uma equipa que funciona, que partilha projectos, que se apoia e se completa nas diferentes competências. Somos cinco profissionais diferentes, nem sequer somos amigos íntimos, mas respeitamo-nos e trabalhamos de facto colaborativamente. Não tenho dúvidas em afirmar que o papel do responsável pela equipa é fundamental, porque ele é um leader, não um chefe, mas, para além dele, toda a equipa se entende e constrói sucessos, atravessando, tantas e tantas vezes, processos complexos.
Eu acredito, de facto, no trabalho colaborativo!
E é por isso que, este ano, ando tão infeliz. Porque tenho verificado que, em Portugal, há um gene de chefe que não conseguimos ultrapassar! Há o vício de tornar as equipas em rebanhos, com pastores de qualidade duvidosa. Há uma enorme dificuldade em reconhecer competências no(s) outro(s) e, por isso, vem constantemente ao de cima o vício do autoritarismo, a mania de querer ser chefe e a terrível incapacidade de ouvir e valorizar . Este ano, que precede o ano da colaboração, está a terminar, para mim, com uma experiência do que não é, nem deve ser, o trabalho colaborativo. Tenho pena. Porque podia ser tudo tão diferente, e tão melhor...

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