domingo, 11 de novembro de 2018

PARIS

Embora Londres seja, sem dúvida e sem hesitação, a minha cidade preferida, adoro Paris! 
De Paris só tenho boas recordações, boas vivências, muitas leituras determinantes da minha maneira de pensar.
E vejo Paris, hoje em todos os canais, a comemorar os 100 anos da assinatura da paz. A paz numa guerra que matou 11 milhões de pessoas e deixou 6 milhões de mutilados.  
Nos 100 anos que passaram, ainda aconteceu nova guerra. Guerra de ódio, racismo, injustiça, violência. Guerra como todas as guerras: - Injusta e desnecessária. Guerra com câmaras de gás, crianças assassinadas, violência inqualificável.
Penso em tudo o que já passou (ou não), Olho os festejos e tremo. Porque eu acho que o perigo de mais guerra, o horror, a injustiça, a violência, o racismo,  não estão extintos. Continuo, com mágoa e medo, a esbarrar com a violência sobre o outro, a encontrar quem ache que pode julgar e condenar a seu bel-prazer, a conviver com seres (não pessoas, decerto) que  pisam, ferem, destroem, para seu interesse pessoal.
Dir-me-ão que sempre foi assim, desde Abel e Caim... 
Mas não é o passado que me fere. É o presente. É o amanhã que começou ontem! Talvez eu seja ingénua, talvez utópica, mas continuo acreditando que seria possível construir uma sociedade, um mundo melhor. 
Como? Ensinando a nova geração a agir de modo bem diferente! Transmitindo Valores, não feitos de falsa moral, mas tecidos de verdadeira humanidade. Tornando a Escola um espaço de partilha de diferenças, de trabalho efectivamente colaborativo, de aprendizagem real e não de aparente aquisição de conteúdos.
A Escola devia ser, no Mundo Inteiro, o laboratório da transformação social!
Vejo as comemorações em Paris, os senhores importantes de belos sobretudos e óptimos carros, muitos polícias pelas ruas, e duvido da Paz. Que paz vivemos nós se, afinal, precisamos de estar sempre a proteger-nos e a rodear-nos de armas?

2 comentários:

  1. Boa reflexão, Luísa, mas mais do que termos medo de uma guerra em grande escala, e talvez para a evitar, temos que acabar com as “pequenas”, “grandes” guerras espalhadas pelo mundo! Ainda há dias nos falou do Yemen...
    Mas Luísa, a utopia pode ser sempre motor da modificação...




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  2. Um Grande Aplauso, professora! "Que paz vivemos nós se, afinal, precisamos de estar sempre a proteger-nos e a rodear-nos de armas?" - frase fantástica.

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