segunda-feira, 19 de abril de 2010

Night e pata


Começa a anoitecer, em Cambridge. O Manel Bernardo dorme tranquilo, recupera forças e carrega bateria para o banho, e eu, com a televisão sem som e as enormes janelas abertas, procuro o mundo nesta caixa preta que o meu neto detesta. Acho graça ao ódio que o meu bebé tem ao computador. Será porque lhe rouba atenção? Será porque pressente que daqui pouco de bom pode vir? Seja lá porque for, e porque os desejos dele agora são ordens, aproveito o seu sono sossegado para andar por aqui.
É estranha esta Inglaterra que já amo. Há, agora, flores de todas as cores, relvados imensos, patas a chocar ovos nos lugares mais incríveis! À entrada do prédio, num canteiro, vive uma pata que choca seis ou sete ovos. A dona pata, de vez em quando, vai até ao lago, atravessa a estrada sem medo, qual dona de casa que vai ao mercado. Ninguém ousa mexer-lhe nos ovos e, pouco depois, ela volta, bamboleando-se, e retoma o choco. Se fosse em Portugal, estaria, de certeza, transformada em arroz...

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