domingo, 18 de abril de 2010

Sol na eira e...em Cambridge

Diz a sabedoria popular que "não se pode querer sol na eira e chuva no nabal". Mas, hoje, era o que eu queria! Queria não ter problemas por ter de faltar ao trabalho e, ao mesmo tempo, queria ficar retida aqui até Agosto. Queria mesmo! Porque aqui, olhando o Manel Bernardo, conversando de vida com a minha filha, esqueço as pedrinhas, calhaus às vezes..., que me fazem tropeçar no quotidiano. Os voos continuam cancelados e eu, retida, continuo vivendo neste lugar de elite.
O sol, fazendo-me pensar que Deus me quer aqui, faz-se constante em Cambridge e, hoje, depois do english brunch no King's, com conversa solta e interessante, fui caminhar com o Manel Bernardo no seu carrinho, até ao rio Cam. Gozando o sol, era intenso o número de barcas e de gente sorridente fazendo puntting.
Sentei-me com o Manel, fica giro de chapéu!, e contei-lhe da vida. Do bisavô que não conheceu e que, eu acredito, vela por ele lá longe; da Serra, dos cães, dos baloiços onde a mãe pedia empurra-me até ao céu! Depois, falei-lhe da ternura e do amor. Contei-lhe de navios imensos, de mares quentes, de saudades, de desejos de eternidade. Com os olhos claros muito abertos, o meu neto escutava-me, sorrindo de quando em vez. Na calma tarde de domingo em Cambridge, domingo sem missa, senti-me fazedora de continuidades, de ternuras, de cumplicidades. É que, comigo e com o Manel Bernardo, senti a presença das ausências que me fazem TANTA falta!!

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