domingo, 16 de dezembro de 2018

PONTUAÇÃO

Se eu fosse escritora, daqueles escritores fantásticos, reais, que dão longas entrevistas e podem alterar a língua, eu havia de acabar com os pontos finais. Os pontos ficavam, servem para respirar, ajudam a novos inícios. Mas os finais, são uma chatice. São complicados, e dolorosos, quase sempre; são tardios no outro quase que completa o sempre. Os pontos finais, redondos e poderosos, incomodam mesmo. 
Se eu fosse escritora, havia de escolher mais vírgulas, das que prometem curvas no caminho e eternas continuações. Privilegiaria as reticências, há sempre hipótese de calar algo, de deixar adivinhar, de sugerir, e daria destaque ao ponto e vírgula: - Paramos, olhamos a curva e seguimos com energia redobrada.
Como eu não sou escritora, sigo tentando iludir os pontos finais da vida. São tantos!

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