quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Convidaste-me para dançar

Apanhaste-me descalça, alma de cigana dizias, e convidaste-me para dançar. O lume ardia e o CD trouxe-nos uma música lamechas, muito lamechas, que fez o teu corpo enrolar-se no meu. Despenteada,  cansada, com a alma ainda em farrapos, deixei-me levar pela música, deixei amolecer as reservas. Começamos no silêncio, apenas a música a soar, e escondi as lágrimas no teu ombro. Ouviste o meu silêncio e deixaste-me navegar, ao de leve, na crista das ondas da tua emoção. A música continuava e o nosso desejo crescia, intenso, no abraço ritmado. Era o Have I told you latetly that I love you?, Rod Steward, e o calor da voz fez estreitar mais o nosso abraço.
Baixinho, murmurando, repetiste o cliché. Ouvi e fiz eco. Sim, às vezes esquecemos-nos de dizer essas frases vazias que, sei lá porquê, aquecem a alma. Não fomos jantar fora, nem calcei os sapatos, mas celebramos o amor. Esse, o que nos une sempre, para além dos muitos (a)pesares!

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