domingo, 9 de setembro de 2018

DOMINGO

Tenho com os domingos uma relação estranha. Indefinível. Gosto da ideia que o tempo é meu. Como nunca fui de me levantar tarde, gosto de saltar da cama bem cedo e ficar a jiboiar por casa, com o café ao lado, sem urgências exteriores. Gosto, ainda, de poder nunca cumprir todas as tarefas que deixei para este dia... 
Por outro lado, o domingo termina sempre com uma sensação dolorosa de inutilidade e repetição. Porque é já véspera de segunda-feira, porque afinal tudo ficou igual e porque, ainda por cima, acabou num instante...
Hoje, com a perfeita consciência de que o domingo tem de ser especial, fiz uma caminhada na minha Serra. Esbarrei com o Outono a querer nascer, sofri com o calor ainda excessivo e achei que a existência possível me fica cada vez mais curta. 
Agora, com a segunda-feira a nascer, compreendo que falhei de novo no sentido do domingo...

1 comentário:

  1. Luísa, aqui comigo todos os dias são Domingos! Isto é, de todos passo fazer dias saborosos ou dias verdadeiramente insípidos e quer num caso quer no outro depende de muiata coisa... às vezes já nem sei o dia da semana em que estou, tão iguais que eles são!
    Dalma

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