quinta-feira, 21 de maio de 2020

A NOVA ESCOLA

Quero mesmo acreditar que o Corona Vírus será derrotado pela ciência, como muitos outros vírus o foram, e que havemos de poder voltar a viver uns com os outros. Tenho sérias dúvidas em relação a esta imensidão de regras, de proibições e imposições mas, olhando o número de infectados em todo o mundo, não me atrevo a classificar como exagerado este já muito longo confinamento. Também não acredito que, no final da pandemia, os sobreviventes surjam transformados em solidários, boas pessoas, materialmente desinteressados, etc. Creio que irão ficar, os que sobrarem, exactamente na mesma: - Egoístas, a gostar de conjugar o verbo ter, a viajar e a viver neste mundo que, embora cheio de maldade erros, oferece a muitos uma belíssima vida.
Por tudo isto, e porque isolada ainda tenho mais tempo para reflectir, tenho imaginado a Escola de amanhã, que se estreou já... Penso na Escola portuguesa, já em Setembro, com a possibilidade de iniciarmos o ano lectivo com aprendizagens desenvolvidas à distância. Em si mesmo, tout court, para mim é uma aberração. Aprender é comunicar, e a Escola, para além de conhecimento científico, também desenvolve competências que, quero acreditar, permitem a existência de um mundo relativamente funcional. Mas, porque o tempo é e será de pandemia, aceito de bom grado o desafio de trabalhar com os alunos em plataformas e na frieza do ecrã. Penso, mesmo, que a maioria dos professores já provou que é possível e eficaz. 
No entanto, e porque eu acredito na Escola, para que esta eventualidade faça real sentido, para que aprendizagens significativas aconteçam para todos, um professor não pode monitorizar (não gosto do termo, mas não encontro outro) 150 alunos, ou até mais. Assim, penso que o Governo, o Ministério da Educação, deve fazer um esforço financeiro real e contratar mais professores, para que cada docente possa trabalhar, e de facto ajudar a aprender, um número razoável e gerível de alunos.  Se eu confiasse nos sindicatos, diria que esta batalha deveria iniciar-se hoje! 

1 comentário:

  1. Luisa, tb acho que a escola virtual nunca substituirá, em certos aspectos, a escola como a conheci! Claro está que os alunos aprenderão os conteúdos, disso tenho a certeza, mas o resto? Como pode o professor e vice-versa criarem empatia um pelo outro? Como é que se poderá ouvir aquilo que ouvi de um aluno meu (hoje com 40): “ a professora ralhava-me muito, mas eu sabia que tb gostava muito de mim!” São estes pequenos nadas que continuam a encher-me o coração - isto nunca acontecerá na escola virtual, ela nunca será uma escola com afetos! 😢

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