segunda-feira, 4 de maio de 2020

Eu sou uma mulher de fé. Se o não fosse, como teria sobrevivido a tantas tropelias com que o destino me presenteou? No entanto, nem eu sabia a força dessa mesma fé...
Há uns dias, apareceram dois enormes rafeiros alentejanos, durante as minhas caminhadas solitárias pelo meio da Serra, e eu apanhei um valente susto. Já fui mordida por um cão, rafeiro alentejano também, e os 27 pontos que, na altura, levei na barriga da perna não me deixaram saudades. 
Ora, quando vi os dois rafeiros a correr para mim, fiz-me forte, levantei o meu apoio de caminhada e, com voz (relativamente) firme gritei - Vão já para casa!. - Dei meia volta, e, com o coração aos pulos, vim eu para casa. A eles, o dono, pastor, assobiou fazendo-os regressar.
Ao contar este episódio a uma senhora que mora aqui perto, mulher de campo e decisões, ela disse-me_ Quando isso acontecer, a senhora não tenha medo e não fuja. Olhe para eles e diga bem alto "entre eu e o cão esteja sempre S. Romão". Achei graça, mas, sinceramente, duvidei da eficácia da afirmação.
Hoje, ainda há pouco, já no regresso, sairam-me ao caminho outros dois cães, sem raça, de dentes bem arreganhados para o meu Zorba. Eu parei e gritei: - Entre nós e o cão esteja sempre São Romão!.- E não é que eles recuaram e nos deixaram em paz?
Agora, vou tentar pesquisar uma oração para manter afastados alguns bípedes que, sem arreganharem os dentes, me atacam mais ainda.

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