domingo, 31 de maio de 2020

CRIME

O violento assassínio da menina de Elvas, roubou-me o sono. A Beatriz era uma jovem feliz, a concluir o seu Mestrado, apaixonada por música. De repente, um  assassino, um jovem aparentemente  saudável  e equilibrado, mata-a de uma forma indescritível (como se houvesse formas decentes de matar alguém). Porquê? O que terá levado este rapaz, também a concluir um mestrado em psicologia, a cometer tal barbaridade? Como foi capaz de ajudar os pais da Beatriz a entrar em casa, a procurar o corpo? Ciúmes, alega ele. Mas eu não consigo aceitar a justificação. Tem de haver alguma coisa mais, penso. E tenho medo. 
Vivemos, cada vez mais, numa prática de egocentrismo, de culto do interesse de cada um, que não está a ajudar a construir uma sociedade com sentido. Mais uma vez, penso na escola, recordo as minhas leituras. Lembro a Aparição, o crime do Bexiguinha que matou Sofia, mas a Beatriz não era personagem de romance. O meu medo cresce.
Não compreendo, não encontro na minha Razão uma forma de mitigar a revolta, o medo, a impotência. Sim, a impotência. Porque eu acho que, fazendo parte da sociedade, falhei também, falho na formação de pessoas com Valores e referências humanistas.Temos de olhar para estes casos e reflectir para agir. A indignação, por si só, é curta.
Que horror!

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